Ѽ Capítulo 2: Vergonha  

Posted by: Venenosa

- Como vou saber quem é essa coitada? - Perguntou Vitória a Mellanie - Com certeza é alguma suburbana que não sabe olhar por onde anda, ou é tapada demais para tal. - Zombou Vicky em um alto volume.

- Minha convicção de tapada é uma patty inútil e enjoada que não sabe ser prestativa. - Ecoou uma voz masculina vindo do fundo do salão que já estava lotado na espera do início das aulas, ouviu-se risadas.

Um garoto bonito e forte apareceu entre as pessoas que estavam rindo, mas mantendo distância, da garota ainda caída. Alex balançou os cabelos lisos, pretos e grandes enquanto encarava Vicky com uma ruga entre as sobrancelhas grossas e alinhadas. Vicky deixou o queixo cair, o garoto era perfeito, branco como mármore, forte como rocha viva e seu olhar zangado e frio só o deixava mais charmoso. Não durou mais de 2 segundos esse olhar enraivecido, foi ajudar a garota estendida no chão do pátio.

O sangue jorrava da cabeça de Camilla e começava a sujar o chão. O sinal bateu e a massa de alunos começou a se dissipar para as salas de aula. Alex pegou a garota no colo e caminhou com ela em direção à enfermaria enquanto Vitória ainda estava em choque por alguém ter ousado desafiá-la na frente de todos. Mel pegou a mão da amiga e a puxou em direção à sala, Vicky relutou um pouco, depois cedeu.

Alex ainda estava irritado com o episódio, chegou até a enfermaria ainda pensando em palavrões. A porta estava trancada.

- Ah, acho que ainda não iniciaram o expediente - Disse nervoso, achando aquilo tudo um absurdo. A garota gemeu de dor. Alex colocou-a no chão do corredor, apoiou a cabeça dela em sua mochila, como se fosse um travesseiro. - Como se sente?

- Tonta. - Disse a garota com a voz fraca e colocando a mão na cabeça onde havia o ferimento. Olhou a mão cheia de sangue. - Legal... Meu pai vai me matar.

Alex riu.

- Te matar porque você se machucou? Foi um acidente!

- Eu sei... Deveria prestar mais atenção ao andar, mas estava tão atordoada que não vi a porta de vidro.

- Acontece até com os mais atentos. - Falou o garoto, mais calmo, sorrindo.
Milla sorriu sem graça, olhou para os olhos claros do garoto, percebeu como tudo parecia menos atrapalhado quando ele estava por perto. Sentiu-se bem, pela primeira vez no ano, sentia-se segura, mesmo que não conhecesse aquele garoto de personalidade muito excêntrica.

- Mas... E a aula? - perguntou preocupada. Como se já não bastasse passar vergonha na frente de todos em seu primeiro dia de aula, ainda estava fazendo o garoto perder aula inutilmente. Na verdade, não só no momento, como também em toda sua vida Camilla se sentia apenas um fardo, tanto para o pai, que fazia questão de lhe repetir isso, tanto quanto foi para a mãe, já falecida.

Camilla sentiu o estômago revirar em sua barriga, ela era o tipo de garota que nunca estivera no centro das atenções, não por uma coisa boa. Nunca fora rainha do baile, presidente da classe, organizadora do comitê de formatura, capitã do time do colégio, nunca fizera nada que pudesse se destacar. Se sentia como se não tivesse qualidades e, pelo fato de mudar de escola constantemente, percebeu que era melhor ser ignorada do que notarem a sua total falta de bons atributos.

Nunca conseguiu se encaixar em um grupo, mas pelo menos nunca fora o "alvo" para os que, realmente, tinham os holofotes sobre suas cabeças.

Então se lembrou da real causa do acidente, acidente este que a fizera perder totalmente o rumo e a consciência do vidro sólido a poucos metros de sua cabeça.
Lembrou-se de estar no pátio principal do colégio, a poucos metros da entrada principal, onde estava inquieta e pensativa, além de, é claro, nervosa.

A indecisão corroía a sua alma, estava indo de um lado para o outro imaginando se deveria entrar agora e ser notada por aqueles que estavam dentro da instituição sentados às mesas da cafeteria, ou se deveria esperar o sinal bater para que a maioria dos alunos se dirigisse para as salas e pudesse entrar sem ser notada.

Olhou para os lados, viu uma garota cujo rosto lhe parecia familiar. Encarou-a por um tempo e percebeu que era a menina que vira gritando com o pai no corredor esta manhã. "Muita coincidência", pensou. Talvez pudesse ser amiga da garota, afinal, as duas teriam vindo das mesmas raízes: a classe média baixa do Rio de Janeiro.

Estava absorta em seus pensamentos, indo e voltando, indagando-se se deveria entrar ou ir lá tentar falar com a menina conhecida. Deu alguns passos para frente, quando sentiu algo duro chocar-se contra seu corpo.

- Ai! - Exclamou o pedaço de sólido com o qual colidira.

- D...desculpe. - Milla falou, meio desajeitada, abrindo os olhos e encarando a garota mais loira que já vira na vida. Os cabelos encaracolados e de um louro claríssimo de Amanda, ao Sol, quase cegavam-lhe os olhos.

A loira cerrou as sobrancelhas.

- Sua retardada! Olha só o que você fez! - Mandy puxou uma parte da blusa que estava usando e apontou para uma marca de suco de uva, perto do símbolo da Ralph Lauren. Claramente, a novata havia derramado na blusa de Mandy o suco que a própria segurava quando trombara com ela, por acidente.

- Não foi... hum... juro que eu não quis... quero dizer... não foi a minha intenção.. - Tentava se explicar para a loira, que não queria ouvir nenhuma justificativa, apenas cerrava ainda mais o olhar. Milla vislumbrou o rosto de Mandy e se lembrou dos olhos de uma cobra, prestes a dar o bote.

- Você acha que as suas desculpas vão me comprar uma blusa nova? Acha que o seu papai do interior pode pagar sequer a manga da minha roupa? Tenho certeza que minhas vestimentas de hoje custam o dobro do que ele consegue ganhar no ano inteiro! Você vai me pagar, está me escutando? Você acha que eu não sei quem você é? Acha que, quando eu vi essas suas roupinhas bregas e foras de moda sem combinação lógica nenhuma eu não percebi que você é a nova bolsista? A maçã podre no meio das maçãs vermelhas e brilhantes? - A loira urrava de raiva e ia despejando todos os seus insultos sem, sequer, parar para respirar.

- E-eu já... já disse que... - Camilla ia ficando desesperada. Como estava acostumada a ser uma partícula invisível no seu antigo colégio, não sabia como reagir nos casos em que era atacada de frente. Seus instintos lhe falaram para correr e ela os ouviu.

Correu desesperada sem nem olhar para onde estava indo, passou pelas portas principais e vislumbrou a cafeteria, ali estaria a salvo. Sua ingenuidade de criança recém-crescida achava que Mandy não poderia humilhá-la nem agredí-la ali, na frente de todos. Pobre garota suburbana... Mal sabia que as maçãs vermelhas e brilhantes eram as mais venenosas.
Foi aí que sentiu o encontrão, ouviu os estilhaços de vidro e tudo apagou.

~Ѽ~


A sala de aula estava fria e agitada, Vicky olhou para as paredes em tom bege pastel. Seu humor tinha chegado ao fundo do poço. O professor ainda não havia chegado à sala, provavelmente estaria atrasado com a reunião de abertura na sala dos professores, por isso o barulho que seus colegas produziam era quase ensurdecedor, mas ela não ouvia nada. Estava, praticamente, em estado vegetativo.

Além de achar História a aula mais tediosa do século, ainda estava perplexa com o atrevimento daquele garoto. Sendo assim, sua mente continuava a vagar por ambientes desconhecidos. Como um novato se atrevera a destratá-la daquela maneira na frente de todo o colégio? Ela era, praticamente, a princesa do Marine High! Quanta ousadia! "Ele é bonito, aliás, perfeito...", seus pensamentos a traíram.

"Não importa! Ele vai ter que aprender que comigo não se brinca!", sua mente voltou a se concentrar e tentou pensar em todos os palavrões que conhecia, mas a imagem daquele anjo de olhos claros não abandonava a sua mente. Continuou divagando por indefinidos minutos, até que um objeto passou a poucos centímetros de seus cabelos louros e lisos.

Um estrondo gigantesto interrompeu a balbúrdia que estava se passando na sala. Vicky virou o rosto para praguejar contra a criatura que quase lhe acertara o rosto com uma agenda. A japonesa que viram a pouco, com seus cabelos ruivos na altura do pescoço, assim como seu vestuário, composto por uma saia xadrez, blusa de alça preta, coturnos e meias arrastão estava em posição de ataque contra Bianca, confidente, "amiga" e "cachorrinho" de Jacky e Mandy, que fazia tudo o que elas pediam.

A japonesa Michelle não era vista com bons olhos pela maioria dos alunos do local e, na verdade, estava se lixando com todos eles. Uma coisa, porém, Vitória não poderia deixar de admitir, a japa era bonita. Muito imprevisível e desequilibrada, mas bonita. No meio da briga, atirara todo o material de Bianca no chão e arremessara a agenda na primeira direção que vira e não se importou nem um pouquinho de quase ter acertado Vitória.


- Você vai ver, garota! - Ameaçou Bianca em plena fúria, com chamas saindo pelos olhos negros, assim como a pele.

- Vou ver o que, escrava? Não me faça rir! - Michelle pegou uma caneta do estojo de Luciano, o garoto mais próximo de onde estava, e arremessou contra Bianca, que desviou, deixando a caneta acertar os óculos de um garoto desconhecido na última fila. Ouviu-se um "Ai!".

- Vou te meter um processo nessa tua cara! Você tem pura inveja de mim, sua racista! - Bianca arremessou sua borracha cor-de-rosa em direção à japonesa, a borracha passou voando a poucos centímetros da orelha esquerda de outra menina sentada na segunda fila.

Michele
sorriu triunfante e olhou a adversária de cima a baixo.

- Ha! Ha! Ha! Então pare de fazer escova no cabelo ruim e só depois venha me chamar de racista, sua neguinha! - dizia a japa, quase berrando.

Os alunos, incluindo a própria Bianca olhavam surpresos para ela. Até que a mesma decidiu se levantar da cadeira, levando o bate-boca à outro nível. Assim são as maçãs vermelhas e brilhantes: parecem finas e requintadas aos olhos de quem não pode tê-las e nem pode chegar aos seus pés, mas assim que sua árvore é balançada, elas caem e mostram seu verdadeiro recheio.

Bianca partiu para cima da garota, que lhe meteu um pontapé no estômago e a fez gemer de dor. Colocou as mãos na frente da barriga, e se ajoelha com o ferimento, mas logo decide puxar a perna da japonesinha, derrubando-a no chão, assim, as duas começam a se engalfinhar no meio da sala de aula.

A classe foi ao delírio, fazendo uma roda envolta das duas para ver mais de perto a pancadaria. Porque, na verdade, era isso o que os pomposos do Marine High chamavam de diversão: barraco. Todo esse barulho, enfim, chama a atenção do inspetor do corredor, que correu para apartar a briga.

Foi um pouco difícil separar as suas alunas, ambas pareciam estar grudadas aos cabelos e ao pescoço da outra. Levou as duas até a direção, acabando com toda a diversão da turma, ao menos era o que Vicky pensava, voltando novamente os olhos para o relógio. Pelo menos até sentir algo cutucando sem ombro, era Mel:

-Essa tal de Michelle é mesmo doida. - Sussurou.

-Você conhece essa coisa? - perguntava Vicky enojada.

-Não que eu queira...o irmão dela é amigo do Rafael, acabei conhecendo.

-Você precisar checar melhor as amizades do seu futuro marido. - dizia em tom de deboche, coisa que não agradou
Mellanie nem um pouco. Vicky não se importou - Mas não fique assim, se quiser, posso te dar umas dicas de como tira-lo da galinha de macumba!

As duas olharam para Jacky que, minutos antes, estava inconfundivelmente furiosa com a situação e, aparentemente, inconformada com a injustiça da amiga ter sido agredida e ainda ter sido levada à direção, mas agora que Bianca já saíra, Jacky estava olhando tudo com o mesmo sorrisinho torto de sempre, conversando com a vizinha da sua carteira.

- Acho que você deveria se é preocupar mais com o seu próprio namorinho, que anda conturbado já faz um tempo - Mel chegou a pensar, e até dizer essas palavras, mas quando o fez perdeu a coragem, deixando-as beirando entre a linha do escutável e do inaldível.

Definitivamente, se fosse ouvida, a briga da Michelle e Bianca não seria a que causaria mais estragos.


~Ѽ~

Depois de muito esperarem, a enfermeira finalmente chegou. Abriu a porta na qual estava colada o cartaz escrito "Enfermaria" e deixou os dois jovens entrarem para uma salinha arejada e totalmente pintada de branco. Ela olhou espantada para o machucado na testa de Camilla e começou a limpá-lo, fez um curativo logo em seguida.

- Você está bem, querida? - A senhorita encarou-a com olhos castanhos escuros e doces que combinavam com um sorriso bondoso.

- Estou sim - Camilla sorriu falsamente, ainda tonta, mas não querendo preocupar nem ser um estorvo para outra pessoa.

- Você pode ir para casa. Não aconselho a ficar na escola e nem ir para casa sozinha, é provável que você não se sinta muito firme pelas próximas horas por causa da medicação que lhe dei para a dor.

- Meu pai está no trabalho... Não pode vir me buscar.

- Não pode telefonar para ele e contar a situação?

- Não! - Exclamou a garota em um surto que assustou a enfermeira - Quero dizer... Ele está muito ocupado hoje, não pode mesmo. - Fez uma cara de decepcionada, mas no fundo sabia que não poderia interromper o pai no serviço, seja lá o que ele faz, ficava muito bravo quando era interrompido. E, não é preciso acrescentar, que ele sempre a lembrava de que Milla não passava de um empecilho em sua vida. Não, definitivamente não ligaria para o pai.

A enfermeira encarou Alex e foi como se uma lâmpada acendesse em cima de sua cabeça.

- Será que você pode levá-la, querido? - Abriu um sorriso enorme e cheio de dentes, arregalou os olhos mostrando quase uma súplica. Alex se viu sem saída.

- Hum... E as aulas?

- Eu dou um atestado liberando vocês dois, que tal?

Agora foi a vez da lâmpada acender dentro da cabeça de Alex. Haveria coisa melhor do que faltar ao primeiro dia de aula, se livrar da escola e enfurecer todos da família ao mesmo tempo? Seria quase como um combo natalino... só que de desgosto. Sorriu.

- Sim, claro. Nesse caso, eu a deixo em casa! - Sua constante cara fechada foi se contorcendo de entusiasmo. A enfermeira sorriu e saiu da sala para buscar os papéis.

Camilla estava zonza, mais de vergonha do que pelo machucado em si, fazia muito tempo que não ficava sozinha com um garoto, um garoto mais velho que ela.

- Não sei... - Hesitou - Não sei se seria bom perder todo o primeiro dia de aula.

- Por que? São exatamente nesses dias que não passam nada e, mais, o que podem te ensinar de tão precioso agora que você não poderá aprender depois? Tenho certeza que podem tentar te ensinar Cálculo da Falsidade e Hipocrisia Geral 1 e 2 amanhã! - Riu o garoto, vendo que sua tentativa de matar aula e usar Camilla como desculpa já estava indo ladeira abaixo, decidiu usar outro artifício para se aproximar dela - E então, já sabe em que sala está?

- Segundo ano 2...

- Ah! Você está na mesma sala da Mandy e do Rafa ...

- Quem são? - Perguntou a garota parecendo interessada, mas se esforçando ao máximo para prolongar a conversa com aquele cara lindo.

Alex passou as mãos fortes nos cabelos, jogando-os para trás:

- São dois inúteis. Aquele tipinho que se morrer nem faz falta, sabe?

- Parece que você não gosta deles mesmo...

- Não, não gosto. O Rafa se acha "o" maioral porque joga no time de basquete do colégio e anda com o Kadu que, pelo que percebi, é o "popularzinho" daqui. Odeio essa gentinha fútil que eles são. O Rafa tem o mesmo cérebro de um girino e a Mandy é intragável. Ouvi dizer que ela estava aos prantos hoje porque derrubaram suco de uva na blusa nova dela.

- Ah... - Camilla olhou para baixo. Agora sabia quem era Mandy.

- Que cara é essa? Acho melhor sairmos daqui logo... - Alex estava contente demais por essas situações favoráveis a ele.

- Tudo bem.

Milla sorriu e, ao mesmo tempo, o garoto sorriu por dentro. Não podia esperar para ver a cara dos pais ao ficarem sabendo que ele havia faltado na escola para andar de moto com uma garota. Claro que a história não era bem essa, mas Alex não iria contar a versão verdadeira... Ela não faria uma veia enorme brotar na testa da mãe.

- Bom, já mandei os atestados para serem carimbados pela recepção. Um de vocês deve passar lá para buscá-los e depois estão liberados! - dizia a enfermeira, tocando-os ambulatório à fora. O sinal tocou e os corredores se encheram de alunos novamente. Alex disse:

- Você não está se sentindo bem... Espere aqui enquanto eu pego nossa permissão para sair! -Após pronunciar essas palavras, sumiu de vista e a deixou sozinha naquele lugar enorme. Milla olhou para os lados, o corredor estava cheio, os alunos estavam esperando o professor do próximo horário entrar.

-Olha se não é a vagabunda que estragou minha blusa... e a porta! - dizia Mandy para Jacky, às gargalhadas, apontando para Camilla, que tentou ir na direção oposta, mas estava tonta demais e caiu.

Todos começam a rir, Milla tremia, tentou se levantar, mas a tontura e o nervosismo tornavam seus movimentos pouco firmes e precisos. Caiu novamente. Mandy olhou para os lados, não vira nenhum funcionário da escola e aproveitou a oportunidade. Chegou o rosto branco cera perto do rosto corado de Camilla e sussurrou:

- Acho melhor você tomar mais cuidado, queridinha. - Passou as mãos finas nos cabelos ondulados e acastanhados da garota. Fez uma careta e exclamou bem alto - Cheiro de lavanda, que nojo.

Jacky e Rafa riram alto. Mandy se afastou.

- O que vocês estão fazendo? - Perguntou Alex aos gritos, do outro lado do corredor. Encarando a cena de Camilla ao chão e Jacky, Mandy e Rafa encarando-a como se fosse um pedaço de carne. Todos os outros alunos do corredor viraram os rostos e olharam para ele. Era a segunda cena que fazia no primeiro dia de aula.

Mandy desviou o olhar da garota estendida no chão e olhou para Alex de cima a baixo, examinando-o. Suas pupilas dilataram ao dar de encontro com a beleza do garoto, mas seu olhar esnobe, sua marca registrada, foi impassível.

- Não acho que seja da sua conta, fofinho. - Mandy sorriu amarelo e virou o rosto como quem dá um tapa na cara. Alex, com sua personalidade forte e explosiva, fez menção de tocar as costas de Mandy. Rafa entrou em sua frente.

- Segura a onda aí, cara. É melhor pra você. - Cruzou os braços. Alex não se intimidou com a ameaça. Mandy e Jacky voltaram a olhar para ele. A incredulidade era visível em suas faces tratadas à oleo de amêndoa rara, o novato não seria capaz de agredir Rafa. Não, era surreal demais, um atrevimento.

- Alex, vamos... - Milla estava de pé, pegou os braços fortes do Sr. Perfeição e, com custo, levou-o o mais afastado que pôde. O olhar dele ainda estava grudado no do Rafa.

- Depois terminamos nosso assunto, queridinha. - gritou Mandy acenando e indo embora junto com Rafa e Jacky.

- Você está bem? - Perguntou Alex ainda furioso. Com certeza, não havia nada que o deixava mais enfurecido que milionários esnobes.

- Sim, vamos sair daqui. - Milla tentou acalmá-lo. Ele não sorriu.
Ele a conduziu até o estacionamento onde uma moto 900 Shadow estava parada junto a dois outros carros de luxo.

- V-você tem uma moto? - Perguntou a garota, incrédula.

- Tenho. - Respondeu ele, fechado e sem mais detalhes.

- V-você pode ter uma moto? - Ainda sem acreditar naquilo que seus olhos viam. A moto era enorme! E ela não entendia nada de motos, mas achava o veículo mais bonito que já vira. Em tom de vermelho sangue, a moto quase implorava para ser usada.

- Não.

- Como seus pais deixaram então?

- Não deixaram. - Viu a cara de espanto da garota - É exatamente por isso que eu tenho. - Foi só então que sorriu.

~Ѽ~

Ѽ Capítulo 1: Vinda da Intrusa  

Posted by: Venenosa

Começava mais um dia de verão em Copacabana, bairro luxuoso do Rio de Janeiro. E, logo cedo, já podemos ter a leve impressão de que não era só o clima que estava quente. Na cobertura de um dos altos prédios, dois jovens, de idade entre 16 e 17 encontravam-se em casa, sozinhos.

Parece que os pais ausentes não fazem idéia do quanto deixar adolescentes sozinhos em casa poderia gerar problemas futuros. Enroscados no sofá do átrio grande e pouco iluminado, estavam Vitória e o namorado Carlos Eduardo, apelidado de Kadu. Ambos provindos de famílias tradicionais luxuosas e de alta classe, pareciam ter perdido toda essa classe em minutos largados no sofá onde os pais, ingênuos, acreditaram que suas "crianças" estariam fazendo o dever de cálculo.

De certa forma, isso não era totalmente mentira, haja vista que Kadu estava mesmo calculando milimetricamente cada parte do corpo de Vicky. O jovem rapaz moreno e de cabelos lisos nem muito compridos, nem muito curtos estava jogado em cima da namorada, envolvendo-a ternamente em um beijo longo e intenso. Eles eram namorados por um bom tempo.

Os pais diziam que eles eram o casal perfeito (perfeito para o selo do acordo de negócios entre as família, claro), os amigos afirmavam que eles formavam o casal perfeito (perfeito porque os dois pareciam que haviam saído de uma capa da VIP Magazine), já o resto do colégio Marine High, onde estudavam, se perguntava, todos os dias, o que haviam feito de ruim para merecer a união da cascavél com a surucucu (mas estes, eles ignoravam porque, em sua teoria, não passavam de invejosos). Ao que parece, o mundo inteiro, com exceção dos "invejosos", admirava a relação dos nossos pombinhos... Mas o que haveria de errado?

Eles tinham dinheiro, beleza, fama e, o mais importante, influência. O que poderia estar faltando? O nosso casal perfeito falha em um quesito que poderia passar despercebido para a alta sociedade: o amor. Era inegável que os dois tinham pelo outro uma extrema "afinidade física", um desejo de fonte inesgotável... Mas Vicky não sentia seu coração bater mais rápido quando via Kadu, não se importava em vê-lo a todo momento e, na verdade, às vezes até esquecia de sua existência.

Kadu
fazia a mesma coisa, azarava garotas, voltava tarde do futebol, bebia excessivamente e nem sequer importava se Vicky estava doente ou com problemas. Eles, simplesmente, não tinham nenhuma conexão amorosa, mas a insistência dos pais e a ligação carnal faziam bem o seu trabalho. Isso também é óbvio, visto que os dois estavam pegando fogo no sofá da sala do apartamento de luxo. Kadu, com seus 1,85m, quase não cabia no sofá, mas continuava firme na tarefa de ficar em cima da garota enquanto segurava seus longos cabelos loiros com uma das mãos grandes, com a outra, alisava as coxas de Vicky em movimentos frenéticos.

Vicky
acariciava os músculos definidos do braço direito do rapaz enquanto deslizava a outra mão pelo tórax igualmente definido e ia descendo, descendo... E, quando chegava na zona mais sensível de Kadu, subia aos mãos novamente ao ombro. Ah como ela sabia as maneiras de atiçar um garoto... E no meio desses beijos intermináveis e fogosos, eles iam perdendo não só aqueles bons modos que faziam o esforço de demonstrar a todos, mas também as roupas.

Kadu sentou-se no sofá, levantou Vicky com seus braços fortes e colocou-a em seu colo, passou a mão pela sua barriga até chegar em seus seios que, há essa altura, estavam somente cobertos pelo sutiã e massageou seu peito lentamente enquanto beijava seus lábios carnudos. Então começou a beijar seu pescoço, depois sua clavícula, seu peito, seu umbigo... Ouviu a respiração da namorada começar a se acelerar e sua voz gemer:

- Pára, pára...

- O que foi? Tu não gosta quando eu faço assim? - Deu outro beijo profundo no pescoço dela.- Você sabe que não é isso. A gente já conversou sobre...

- Sexo?

- É.

- Por que não quer transar comigo? Fala sério, Vitória! A gente já está namorando faz uns 4 anos e a gente nunca passa... disso.

- Vamos ter a mesma discussão de novo? Já te falei que a gente vai fazer aquilo quando eu quiser.

- Não fale "fazer aquilo" como se você fosse pura demais para não dizer "sexo". Nós dois sabemos o quão pura e imaculada você é.

- Como se atreve? - Bradou a garota, já pegando as suas roupas pelo chão e tentando se recompor.

- Não venha com esse teatro para cima de mim. Tu sabe que eu te conheço bem.

- Não me conhece o bastante. - Dizia em tom ríspido enquanto terminava de ajeitar o cabelo com uma escovinha de bolsa - Não me provoque, Carlos Eduardo. Só porque estamos nesse relacionamento tempo demais, não significa que eu queira, você sabe... E, como todas as outras decisões importantes no nosso namoro, tudo depende de mim.

- Então vai ser assim? - O rapaz rugiu em tom decepcionado.

- Vai. - Retrucou a garota em tom de "ponto final" - Agora tenho que ir, primeiro dia de aula e tenho que me arrumar. Ahh olha! Sua mãe chegou!

Uma senhora elegante e aparentemente nova apareceu com estilo pela porta da frente, abriu um sorriso quando se deparou com Vitória:

- Ah, como vai querida?

- Muito bem, obrigada! Sinto dizer que tenho que ir, Sra. Crosara, até a próxima! Ah! E minha mãe disse que vai mandar a Shirley fazer aquelas tortinhas que a senhora tanto gosta! Depois trago. - Respondeu Vitória já se levantando do sofá e indo em direção à porta.

- Tudo bem, querida! Como foi o estudo de cálculo?

- O resultado deu zero - Disse a garota maliciosamente e saindo pela porta.

- O que foi isso? - Perguntou a mulher aparentemente confusa.

- Relaxa mãe, doideira dela. Vou tomar banho, o que tem no almoço?

- Vamos almoçar fora, seu pai me disse que tem novidades para nos contar!

- Ah, provavelmente ele vai começar a comercializar sapos do Haiti ou sei lá.

- Carlos Eduardo!

- Banho! - E saiu correndo em direção ao quarto.

~Ѽ~

No mesmo horário, em um bairro menos luxuoso, a Tijuca, uma menina da mesma idade se encontrava muito animada com o seu primeiro dia de aula no Marine High, seu novo colégio, onde ganhara bolsa de estudos integral. Camilla, chamada de Milla carinhosamente por seu pai, não estava na mesma situação econômica das nossas outras cobrinhas. Não tinha mais a mãe e o pai, um escritor mal sucedido, conseguia sustentar a família com perfeição, mas não conseguia dar o luxo e a ostentação que a sociedade capitalista tanto preza.

A garota, a qual possuía lindos olhos cor de mel e cabelos castanhos que lembravam uma plantação de trigo, arrumava alegremente a sua mochila já meia surrada onde enfiava, cuidadosamente, seus livros usados e de segunda mão. Não era que Milla fosse algum tipo de gênia nem nada, mas no ápice dos seus 16 anos já ganhara vários prêmios estudantis, além de, é claro, a bolsa no Marine High. Mal sabia ela que tipo de problemas a aguardavam neste lugar tão cheio de criaturas maliciosas.

Ouvira murmúrios do lado de fora do apartamento antigo, abriu silenciosamente a porta e colocou o olho na fresta, espiando o corredor do prédio. Haviam duas pessoas ali, um senhor mais de idade e outra garota, visivelmente irritada que balançava os cabelos pretos, curtos e crespos de um lado para o outro enquanto esbravejava sem se importar com o chilique no meio do corredor.

- Eu não acredito nisso! Você só pode estar brincando com a minha cara!

- Qual é o problema, Tânia? - Perguntou o homem em voz baixa, mas claramente já irritado com a ceninha da filha - É o meu trabalho, ora! É um trabalho digno como qualquer outro e é ele que coloca o prato de comida na mesa.

- Então eu preferiria passar fome! - Gritou a menina aumentando ainda mais o tom de voz - Você não enxerga que está estragando a minha vida?

- Estou te sustentando, filha!

- Você está me dizendo que ganhei uma bolsa em uma escola de luxo em Ipanema, até aí tudo bem, mas depois me diz que ganhei essa droga por causa do sue novo trabalho de faxineiro? Hahaha! Você acha que me orgulho de você? Acha que é digno limpar banheiro de gente rica? Acha que é bonito se ajoelhar e ser escravo deles?

- Não sou escravo de ninguém, Tânia! Sou um funcionário, eles me pagam por isso! E são muito generosos em te ceder a bolsa!

- Eu não quero essa bolsa, deu pra entender? Não quero ser "a filha do faxineiro".
- Mas você vai ser sim. Certas coisas a gente não muda, Tânia. Você não pode mudar de pai e não pode mudar de escola. Já te matriculei lá e todas as outras escolas já deram como encerradas as matrículas. Não pode ter vergonha de onde veio.

- Eu posso e tenho. - Disse a garota alterando ainda mais a voz - Então está certo. Eu vou para lá, mas você vai fingir que não me conhece, entendeu? Não vai dizer a ninguém que sou sua filha. Não vai falar comigo e nem olhar para mim. Se eu passar em um corredor em que você está, você vai mudar de corredor. Ficou claro?

- Para quê isso, filha?! - Suplicou o velho.

- Essa é a única condição, João.

- Se eu não fizer isso, você não vai à escola? - Perguntou o velho baixinho.

- Não. - Respondeu a garota, decidida.

- Tudo bem, eu faço. - O velho abaixou a cabeça e continuou andando, olhou para trás, viu que a filha não o acompanhava - Você não vem?

- Vou pegar o ônibus.

Camilla ouviu um barulho dentro de casa, seu pai apareceu na porta da cozinha.

- O que está fazendo?

- Nada, papai. - A menina sorriu e fechou a porta.

- Já está pronta pra escola?

- Sim, estou! Vou pegar a minha mochila - Desapareceu dentro do quarto.

~Ѽ~

- Ai Mel, eu não sei mais o que faço com o Kadu, amiga. - Confessou Vicky para a melhor amiga enquanto as duas estavam sentadas em uma mesa no pátio da escola.

- Vicky, querida, termina logo com ele. Você não gosta dele e namora ele desde, hum, a pré-escola? - Zombou a garota de pele branquíssima, cabelos muito pretos e olhos verdes penetrantes.

- Não exagera. Não posso terminar com ele, minha mãe me mataria! Além do mais, ele é lindo! - Os olhos da loira brilharam.

- Ahh qual é! Tem muito cara fofo no colégio! O Kadu não é o único gato daqui.

- O que está querendo dizer, Mel? Você, por acaso, está insinuando que meu namorado não é o cara mais lindo desse colégio inteiro?

- Não, imagina! - Gaguejou a garota - Eu só quis dizer que há outras opções, não é de hoje que você reclama da sua relação com o Kadu...

- Eu sei! Mas terminar com o Kadu seria desistir de vários... privilégios, se é que você me entende. Sem contar que somos o casal mais badalado dessa instituição.

- O que foi que ele fez esta vez?

- Ah, as coisas entre nós vêm ficando muito quentes... Acho que a gente está prestes a transar, mas eu não tenho certeza que quero.... Sabe? Acho que cada garota imagina sua primeira vez e, de repente, você se dá conta que a sua situação atual não tem nada a ver com aquilo que você sempre idealizou... - Vicky fez uma cara triste e, ao mesmo tempo, pensativa.

- Você já tentou falar com o Kadu sobre isso? - Mel colocou as mãos nos ombros da amiga na tentativa de confortá-la.

- Falei. Discutimos muito hoje, a briga foi feia. Estou muuuuito chateada com ele.
Kadu entrou no pátio juntamente com o seu melhor amigo, Rafael, avistou as garotas na mesa e foi diretamente ao seu encontro.

- Meu amor! Está animado para seu primeiro dia no terceiro ano? - Vicky disse alegremente e passou os braços em volta do pescoço do namorado com dificuldade. Kadu era alto, talvez por esse motivo, fosse a estrela do time de basquete.

- Bom dia amor! - Kadu beijou os lábios de Vicky - Bom dia Mel!

- Bom dia Mel! Como passou o resto de férias? - Perguntou Rafa para a garota sentada ao lado da namorada do melhor amigo.

- Muito bem, obrigada. - Respondeu Mel, visivelmente irritada e com olhar de cobrança
O clima ficou tenso e as trocas de olhares revelaram muito mais do que poderia ser dito.

- Ahn... Rafa e eu temos que ir, linda... - Kadu percebeu que o mais sensato era ir embora dali o quanto antes - Temos que nos inscrever no campeonato deste ano e tal... Te vejo na hora do intervalo! - Gritou para a loira, já se afastanto e empurrando Rafa consigo.

- Mel, o que foi isso? - Vicky perguntou assutada.

- Ah, nada de mais. O Rafa não entende certas coisas.

- Então ele ainda está apaixonado por você? - O entusiasmo brotou em sua face - Ahhh amigaaa! Isso é ótimo! Já pensou que legal? Ele é o melhor amigo do Kadu, você é minha melhor amiga, poderíamos sair os quatro juntos!

- Vicky, não começa. Eu e o Rafa não temos nada a ver. E, além disso, se ele gostasse mesmo de mim, não namoraria aquela piranha. - Acenou a cabeça na direção de Jacky, que estava acompanhada por seu grupinho habitual.

- Argh, não suporto a Jacky, muito menos a Mandy. Por falar no demônio... Onde ela está?
- Deve estar comprando bijouteria na Povão para depois dizer que é da Tiffany's. - As duas riram alto, Jacky percebeu. - Ui, agora ela está vindo para cá.

- Ora ora ora... Se não é a lombriga e a tênia. Achei que depois do acontecimento do ano passado, vocês nunca mais dariam as caras por aqui. - Disse Jacky maliciosamente.

- O engraçado é que, mesmo depois daquela armação que você e Mandy aprontaram, eu ainda sou a garota mais popular do colégio. Ah e não adianta dizer que não foi obra de vocês, nós sabemos os piolhos que criamos. - Sorriu Vicky.

- Mais popular do colégio? Quem fez essa votação? A Gazeta da Fofoca? - Riu Jacky - Admita que aquele jornalzinho nunca vai ser uma Vogue.

- Mas nem mesmo o "jornalzinho" considera você alguma coisa. - Disse Vicky com desdém.
- Não vou perder meu tempo com uma invejosa. Qualquer dia te dou uma carona na nova BMW que minha mãe me deu. - Disse Jacky já se afastando.

- Sua mãe te deu uma BMW porque é a única palavra que ela sabe soletrar! - Zombou Mellanie.
Jacky já estava metros de distância quando ouviu o comentário, virou o rosto para trás e fez um gesto obsceno com os dedos.

- Ai que vadia sem classe. - Disse Vicky para Mel - Nem vale à pena falar dela, mas, sem dúvida, é estranho o sumiço da Mandy.

- Depois ela aparece por aí, vaso ruim não quebra. - Respondeu Mel desanimada. Olhou para o outro lado do pátio e avistou uma japonesa vestindo trajes muito estranhos - Hey! O que ela está fazendo?

Vicky virou o pescoço na direção em que Mel acenava e se deparou com a japa fazendo uma coreografia muito estranha em sua direção.

- É maluca.

De repente, todos no pátio ouvem um estrondo. Um barulho muito alto vindo da entrada. Os murmúrios que se estabeleciam no pátio cessaram. Todos olharam para a porta de vidro que teve vários de seus ladrilhos estraçalhados. Uma garota se encontrava no chão, no meio dos cacos.

- Meu Deus - Riu Vicky bem alto - o que aquela estúpida fez? Deu de cara com a porta? Na casa dela não tem portas não? Ai como a qualidade desse colégio vem decaindo.
- Quem é essa garota? - Mellanie perguntou, olhando preocupada.

~Ѽ~

Índice do Blog  

Posted by: Venenosa

O Índice proporciona uma maneira mais fácil de achar os capítulos:

Ѽ Capítulo 1: Vinda da Intrusa

Ѽ Capítulo 2: Vergonha

Ѽ Capítulo 3: Veículo de duas rodas

Ѽ Capítulo 4: Vai e vem de informações

Ѽ Capítulo 5: Vertigens

Ѽ Capítulo 6: Vultuosa

Ѽ Capítulo 7: Vínculos rompidos

Ѽ Capítulo 8: Verdades

A sua melhor novela!  

Posted by: Venenosa

V de Veneno é a primeira novela patrocinada pela comunidade "Patricinhas" e conta a turbulenta vida de uma turma de adolescentes que estudam em um colégio de elite no Rio de Janeiro.

Nela, a personagem principal, Vicky, encontra-se em um doloroso impasse, não sabe se continua com o namorado Kadu ou se aposta as suas fichas no novo garoto que acaba de chegar na escola. O garoto, tão misterioso, pode ser fonte de um romance ardente, mas que segredos ele esconde?

Ao mesmo tempo, sua rival, Mandy está com os olhos abertos e planeja fazer o que estiver ao seu alcance para evitar que Vicky tenha um dia de paz. Vicky também não é um anjinho e sabe muito bem o que fazer caso ela saia dos limites.

Tânia é uma garota normal, mas que estuda no colégio porque o pai trabalha nele. Apesar de fingir-se de rica e glamourosa, esconde de todos que, seu pai, não passa do faxineiro da instituição. Na escola, finge que não o conhece e, quando desconfiam de sua condição, aproveita para humilhá-lo.

Mel é a melhor amiga de Vicky, finge ser a doce garota que seu nome dá a entender, mas o que será aqueles comprimidos que esconde em sua bolsa?

Rafa e Jacky fingem ser o casal perfeito, contudo, isso não passa de pura fachada pois, todos que conhecem esse relacionamento de perto, sabem que não passa de puro interesse de ambas as partes.

No meio disso tudo, chega ao colégio, uma nova garota, que parece que, de repente, vai virar o alvo de todos por ali. O que ela tem de tão especial?


Não é que Vicky, Alex, Mandy, Tânia, Mel, Rafa e Jacky sejam maus, é só o efeito do veneno que corre em suas veias.





Acompanhe V de Veneno, você também vai ficar entorpecido!