Ѽ Capítulo 6: Vultuosa
PostedVerão, uma época tão quente e interessante aos olhos dos jovens, afinal: qual dos jovens não adora bronzear-se, tomar sorvete ou nadar? Ou, como é o caso de nossas cobrinhas, usar o verão como desculpa para exibir-se por aí usando peças de roupa minúsculas? Como eu disse, é uma época quente, mas quem garante que o calor venha mesmo do Sol?
- Festa do biquíni hoje, lá em casa! - Vicky exclamou para Mel, jogando um convite roxo na frente da amiga, sentada na costumeira mesa no pátio do Marine High.
- O quê? Na quarta-feira? - Mel levantou os olhos e encarou a amiga, depois pegou o pedaço de papel roxo que se encontrava em sua frente. Tinha cheiro de lavanda.
- E desde quando tem dia certo para haver festa? - Vicky perguntou sem entender. Depois olhou para Mel com mais atenção e percebeu que a amiga estava acabada. Seus cabelos estavam presos em um rabo-de-cavalo muito estranho e meio torto, as olheiras eram evidentes em sua face jovial e as roupas pretas pareciam meio amassadas. - Você está bem?
- Estou. Quero dizer, vomitei a noite passada, mas acho que é só algum problema de intoxicação alimentar. - Mas ela sabia que não era. Tinha tomado a segunda pílula 12 horas depois da primeira, como mandava na caixa.
- Você não parece bem. Foi no médico?
- Não vou ao médico.
- Mel! Você deveria ir ao médico! - Vicky esganiçou tão alto que uns meninos da oitava série que estavam passando pularam de susto e ficaram parados contemplando as duas. Ela franziu as sobrancelhas em sinal de ameaça, eles continuaram a andar. - Você não sabe se é algo sério.
- Ah e eu vou dizer o que? "Vomitei noite passada porque comi fora de casa e estou com medo de morrer, me ajude doutor!"? - Disse a outra em tom de zombaria.
- Também não precisa ser hostil... - A loira preferiu deixar isso pra lá, afinal, Mellanie já era bem grandinha para saber se cuidar. - Mas e aí? Posso contar com você hoje a noite?
- Claro. Vou ver se faço algumas compras hoje à tarde. Meus biquinis que usei em Havana nessas férias já estão meio fora de moda.
- Ótimo! - E um sorriso brotou na face bonita da loira. - Você precisa ver a fonte de coquetel que mandei fazer especialmente para essa ocasião! Vão ser quatro tipos de coquetéis: um chamado Sunshine, outro chamado Sunset, Sunrise e Dusk. O último era pra ser "Sundown", mas aí achei que pareceria marca de protetor solar e não ficaria legal com a minha festa, sabe? Também encomendei alguns ornamentos alaranjados, amarelos e vermelhos, aquela coisa bem verão, para ficarem perto da piscina. O uniforme dos garçons que eu escolhi é um tom meio bronze, eles não ficaram nada felizes com isso, mas quem se importa? - Vicky encarou a amiga. - Mel, você está me ouvindo? - Mel balançou a cabeça para os lados, como se estivesse acordando de um pensamento muito profundo.
- Estou sim! Uniformes bronzes, certo... Ei, por curiosidade, quem mais você convidou?
- Estou convidando a galera de sempre, você sabe, e algumas novatas com quem me identifiquei. Nunca sabemos a próxima a fazer parte da panelinha, não é mesmo? - Deu uma risada abafada. - Fiquei sabendo que uma das novatas é filha de um embaixador, imagina como deve ser legal?
- É.
"Droga!", Mel pensou. A "galera de sempre" certamente incluía o Rafa e a Jacky. O Rafa porque era melhor amigo do Kadu e a Jacky, única e exclusivamente, por ser sua namorada. Mel sentiu o estômago revirar novamente. A única coisa boa que isso implicava era que Mandy e Bianca não seriam convidadas e elas eram as únicas que, certamente, sabiam de algo sobre a "ex-gravidez". Bianca, logicamente, já sabia de tudo. Mandy só desconfiava, mas nada garantia que Bianca já não teria aberto o bico, "Ei Mandy, lembra que você comentou comigo que a Melzinha estava segurando uma caixinha suspeita e te disse que eram balas? Pois é...", ela já podia ouvir a voz insuportável de Bianca em sua cabeça, contando todo o segredo para a outra. Pôde, até mesmo, imaginar os olhos azul piscina de Mandy brilharem como nunca.
- Meeeeeel! Alô! - Gritou Vicky novamente, deslizando a mão, para cima e para baixo, em frente aos olhos da amiga. - Você está mesmo me escutando? Eu estou te contando a história do gato da filha do embaixador faz uns 10 minutos e você nem piscou!
- Não, eu ouvi. - Sentiu os olhos da amiga perfurarem os seus. - É... - Sorriu. - É um gato muito... astuto. - Vicky arregalou os olhos, incrédula e avaliando a saúde mental da melhor amiga.
- Cara! Você precisa mesmo de um médico!
~ Ѽ ~
Do outro lado do pátio, Bianca sentou-se, cuidadosamente, ao lado de Jacky e Mandy, que estavam conversando e não gostaram nem um pouco da interrupção. A garota negra ajeitou a saia branca bordada ao assento e sibilou:
- Já ficaram sabendo das novas?
Mandy e Jacky entreolharam-se, curiosas.
- Não.
- Vicky vai dar uma festa do biquíni. Adivinha quem não foi convidada?
- Como se a gente quisesse ir... - Respondeu Jacky, sem emoção. Ainda estava em clima de funeral por ter terminado com o Rafael.
- No fim de semana, eu é que vou dar uma festa. Vai ser "a festa do ano". - Mandy disse, com a voz fininha, mas muito decidida.
"Você é que pensa", Bianca pensou, sorrindo ao se lembrar que a loira, provavelmente, mal tinha dinheiro para comprar um par de sapatos Jimmy Choo. Jacky, antes absorta em seus pensamentos lastimosos, levantou a cabeça e fixou o olhar a frente.
- E por que esperar até o fim de semana, se podemos desbancá-las hoje mesmo? – Sussurrou fortemente, com a sua voz de veludo.
- O que quer dizer? – Retrucou Bianca em resposta.
- O óbvio. Vicky, Rafa e Melzita vão estar lá e ouvi dizer que a humilhação é ainda maior quando o inimigo está em seu próprio território.
- Gostei. – Mandy respondeu, pensativa. Ela sempre gostava das idéias malignas de Jacky, outrora sua aprendiz sobre os baques da vida, agora cobra criada. Poderia até pensar que a melhor amiga estava se tornando melhor que si própria, “mas que bobagem”, refletiu consigo mesma ao pensar nessa hipótese. Jacky estava, obviamente, sendo movida pelo instinto de ódio pelo Rafael. Ela, realmente, gostava daquele jogador de basquete, estava sendo movida pelos seus sentimentos, enquanto Mandy não precisava de nada para movê-la contra Vitória, fazia por pura diversão. – Qual é o plano?
~ Ѽ ~
Ouvia-se o barulho da bola quicando no chão da quadra de basquete, Kadu e Rafa estavam praticando lances de novo.
- A Jacky deve ter ficado puta! – Kadu riu alto, debochando da história que o amigo acabara de contar. Correu quicando a bola até o outro lado da quadra e pulou assim que pisou no garrafão.
- Ela achou que eu estava brincando, acho que só hoje que a ficha caiu.
- Cara, aquela garota é neurótica. Escreve o que eu tô te falando, essa sua história com ela ainda não terminou. Certeza que ela ainda vai arrumar um jeito de causar confusão.
- Não, não acho. A Jacky é doidinha, mas ainda não chegou a ponto de perder o amor-próprio se arrastando atrás de mim. – Rafa balançou os cabelos louros enquanto arremessava a bola e marcava o ponto.
- A Vicky que vai gostar de saber dessa separação, você sabe como ela ficava quando nós quatro inventávamos de sair. – Kadu sentou-se no chão do outro lado da quadra, suando de cansaço.
- Por falar nisso, sabe o que eu achei estranho? – Rafa tentou outro arremesso, mas errou desta vez. – Eu terminei com ela ontem e isso ainda não está nas manchetes do jornal de hoje. – Riu alto.
- Isso foi estranho mesmo. Provavelmente, a Jaqueline deu um jeito de abafar a separação... – sorriu de lado – ou então ainda não contou pra Bianca.
- O que a Bianca tem a ver? – Rafa franziu as sobrancelhas.
- É a maior fofoqueira, mano! Se bem que dizem que tudo o que ela espalha é sempre verdade... – Deitou no chão da quadra, não agüentava mais.
- Sabe qual a parte boa disso? – Interrompeu o outro, bufando de cansaço, ainda correndo para lá e para cá com a bola de basquete e treinando arremessos. – Vou falar com a Mel hoje, na festa da Vivi, vou contar pra ela que terminei com a Jack. – Kadu, virou-se para encarar o outro, incrédulo.
- Você tem algum problema mental?
- O que foi? – Rafa perguntou, inconsciente a que se referia a pergunta do amigo.
- Você acha que vai chegar na casa da Vicky, vai ver a Mel entre todos aquelas quinquilharias laranjadas, ou como diria a Vicky: “não são laranjadas, são salmão!” , vai chegar nela e vai dizer “Mel, terminei com a Jacky, estou disponível para você!” e ela vai pular nos seus braços e te beijar?
- Por que não? – Disse sorrindo, ao pensar na hipótese.
- Você entende alguma coisa de mulher? Sério? Ela não vai fazer isso, cara. Não mesmo.
- Não sei se você se lembra, mas nós tivemos a nossa noite no último dia de férias. – Parou com os exercícios para poder discutir com o amigo.
- Aham. E no dia seguinte, ela acordou achando que você estaria lá com ela, mas você apareceu de mãos dadas com a Jack. Vai nessa que ela vai te perdoar assim tão fácil. Esquece a Mel, cara, tô te falando.
- Não dá. – Rafa disse seriamente, já cansado com o pessimismo de Kadu.
- Claro que dá! – Levantou-se do chão, agarrou a bola de basquete novamente e arremessou, cesta. – Mulheres são como sorvete, tem de vários sabores, hortelã, morango, menta, sabores infinitos para experimentar. Vou te dizer uma coisa, ninguém quer só um tipo de sorvete. Pegue uma colher!
~ Ѽ ~
Enquanto isso, os corredores do Marine High paravam para observar uma figura feminina e loira passar, deslumbrante, com uma bolsa enorme de cor vermelho-caqui. Vitória deslizou por entre as pessoas que a cumprimentavam, às vezes somente com a cabeça, às vezes com um grito de admiração. Chegou ao lugar que queria, abriu a porta do departamento de artes.
Vislumbrou a sala colorida, nela havia seis pessoas, quatro delas nos cantos da sala ampla com seus próprios cavaletes, compenetradas na arte que produziam. As outras duas se encontravam em uma das mesas, no centro da sala, conversando animadamente. Vicky sorriu ao vê-los. Mel sorriu de volta, puxando um dos bancos para a amiga sentar. Alex só acenou, depois de correr os olhos pela loira, avaliando-a dos pés à cabeça.
Vicky sentou-se com elegância, olhou para os lados, certificando-se que ninguém ouviria esta conversa. Deparou-se com uma das mesas de centro toda despedaçada.
- Nossa, o que aconteceu aqui? – Um nó brotou na garganta de Mel.
- Ah, isso foi a Bianca. – Sorriu falsamente. – Ela é muito desastrada, veio cumprir detenção ontem e acabou derrubando algumas coisas e olha o estado em que deixou a mesa!
- Ah. – Vicky deu de ombros, não era algo que tinha relevância ou, ao menos, era o que pensava. Abriu a bolsa nas cores do verão com delicadeza e retirou um envelope roxo, Mel entendeu a deixa.
- Pois é, eu tinha mesmo que comunicar ao diretor Nakaíme que precisamos de uma nova mesa na sala de artes. Beijos,Vi. Até mais, Alex, depois continuamos a nossa conversa! – Saiu rapidamente da sala, deixando os dois praticamente sozinhos, somente na companhia de outros quatro estudantes que estavam concentrados demais para bisbilhotar a conversa alheia.
Alex ficou um pouco confuso com a saída repentina da sua nova amiga. Por acaso, também gostava de artes, especialmente do desenho e se inscrevera nessa atividade, indo contra as manifestações dos pais para que se inscrevesse no treino de basquete. Não se arrependeu da escolha oposta, Mel parecia ser muito amável e prestativa, doce como o nome inferia, ajudou-o com algumas técnicas de desenho e logo estavam amigos. Seus pensamentos foram interrompidos quando Vicky atirou o envelope roxo em sua frente. Ele encarou-a por alguns instantes, antes de abri-lo com cautela, como se estivesse esperando que uma tarântula saísse de lá de dentro. Puxou o papel igualmente roxo que estava dentro do envelope.
- Tem cheiro esquisito.
- É lavanda! – Ela sorriu como se fosse bem comum papéis roxos com cheiro de xampu infantil. – Leia.
Ela sorria muito enquanto aguardava o garoto extremamente bonito passar os olhos pelo papel. Observou as sobrancelhas dele se levantarem à medida que lia o cartãozinho.
- E então, você vai? – Ela perguntou, animada, antes que ele pudesse falar alguma coisa.
- Não sei. Aqui diz que é uma festa do biquíni.
- E?
- Não é óbvio?
- Ai Meu Deus, você é mesmo Last Season. – Disse em um tom cansado, mas deixando transparecer a animação do convite. – Não é para homens usarem biquínis, homens usam... você sabe... trajes de homens! “Festa do biquíni” é só para colocar nome em tudo. – Ele levantou ainda mais as sobrancelhas pretas, Vicky imaginou até onde elas poderiam ir. Aguardou, mas ele não disse mais nada. – Você vai ou não?
- Não sei.
- O que é? Seu papai não deixa? – Disse em tom de deboche, visivelmente desapontada pela não-confirmação da presença.
- Não é isso. – Ele respondeu seriamente, não seria manipulado com essa jogada. Resolveu virar a mesa. – Por que quer que eu vá? – A face de Vicky mostrava claramente o desconcerto, não estava esperando por essa pergunta. Pelo contrário, todas as vezes que convidava algum homem para qualquer coisa, mesmo que seja para limpar a gaiola do seu dragão de komodo, recebia um “sim” na hora, sem nem pestanejar.
- E como sabe se eu quero que você vá? – Ela tentou jogar, depois de alguns segundos de ficar sem saber o que fazer ou dizer.
- Você acabou de me convidar, não foi? Se me convidou é porque quer que eu vá, ou estou errado? – Ele deu um meio sorriso, como se estivesse se divertindo nesse jogo de deixá-la sem palavras.
“Droga, esse cara é esperto”, pensou ela e tentou pensar em algo para responder, mas foi interrompida.
- Vicky?
Ela nunca ficara tão feliz em ouvir o próprio nome, a hora não poderia ser mais oportuna. Virou-se na direção da voz feminina.
- Sim? – Disse sorrindo, ao encarar uma garota desconhecida, baixinha, com os cabelos pretos e curtos presos por uma fita lilás. A roupa era da estação passada.
- Oi, desculpa te interromper assim...
- Não que é isso! – Deu um sorriso gigante, mostrando seus dentes perfeitamente brancos e alinhados, quase assustando a novata. Vicky estava contente com a interrupção. – Qual o seu nome?
- É Tânia. – Ela sorriu ligeiramente, um pouco envergonhada. A loira encarou-a, esperando que ela falasse o motivo da interrupção. – Eu estava passando por aqui e vi você, fiquei sabendo da sua festa e, desculpa, eu sei que é muito atrevimento meu, mas eu quis te perguntar se eu poderia ir também... – Ela olhou para o chão enquanto falava, estava muito envergonhada para olhar para a “Rainha” da instituição. Normalmente, Vicky teria reparado as roupas da estação passada, o cabelo desajeitado, e a visível falta de combinação de cores entre os sapatos e a fita e teria rejeitado a garota na hora. Sem contar o jeitinho dela, muito “me desculpe”, muito envergonhado, ela gostava de ver as novatas lutarem para ser da panelinha, alguém que pede desculpas em cada frase não parece ser alguém que cumpre esse requisito. Mas Vicky estava tão contente pela hora tão apropriada que essa intrusa apareceu que nem pensou duas vezes.
- Claro, claro. Está convidada! – Sorriu enquanto abria a bolsa novamente e entregava um envelope para a Tânia, “que nome brega”, pensou. – Ah! É uma festa do biquíni, então não esqueça de levar um biquíni nas cores do verão, não da primavera, tudo bem? – “Vai que ela troca as estações de novo? Que horror”, acrescentou ao pensamento. Alex riu abafado frente à conversa das duas pattys.
Elas o encararam com expressão brava, ele olhou para o outro lado.
- Ah, muito obrigada! Desculpa de novo qualquer coisa! Tenho que ir! Beijinhos! – E saiu no mesmo embalo que tinha entrado.
- Também está na minha hora... – Vicky disse baixinho, olhando o relógio de parede no departamento de artes plásticas. – Vê se aparece. – Disse em um tom muito misterioso, misturando animação e desafio, depois saiu da sala com a mesma elegância que tinha entrado.
~ Ѽ ~
- Último horário, finalmente! – Michelle gritou quando o sinal bateu e se direcionou ao corredor para ver Daniel ao menos pelos 5 minutos entre os horários de aula.
Subiu um lance de escadas até onde ficava a sala do terceiro ano, desviou dos alunos que aproveitavam o pequeno intervalo entre as aulas para ficar no corredor atrapalhando o caminho e testando a paciência de quem quer que estivesse tentando passar. Avistou Daniel, correu em direção a ele.
- O que é isso na sua mão? – Michelle perguntou, curiosa, vendo o envelope roxo que se encontrava nas mãos do irmão que tentou escondê-lo assim que a viu, mas não obteve sucesso.
- Assunto meu.
- Não é uma cartinha amorosa, é? – Disse ela, desconfiada, tentando puxar o papel. O irmão amassou o papel entre os dedos e o enterrou no fundo do bolso.
- Não.
- Então o que é? – Perguntou, enchendo-se de animação.
- É... – Teria que contar, ele sabia o quanto a irmã era insistente, ah se sabia. – É um convite.
- Convite de quê?
- Festa na casa da Vicky.
- Legal, que horas vamos chegar lá?
- Eu vou chegar às 10 da noite, você não vai. – Observou o rosto da irmã contorcer-se em ódio.
- Por que não, infeliz? – Ameaçou-o com os olhos estreitos, típicos traços orientais.
- Porque você não foi convidada. E foi o Kadu, com a permissão a Vicky, que convidou o time de basquete.
- Mas eu sou sua irmã, como te convidaram e não convidaram a mim? – Já estava a ponto de gritar e fazer um escândalo no meio do corredor cheio de alunos.
- Desde quando você é colada em mim? – O sinal para o último horário bateu. – Tenho que ir, nos vemos em casa, irmãzinha! – Deu uma piscadinha e entrou na sala depois de atropelar um garoto magricela que estava parado observando os dois.
Michelle bateu os pés no chão e prometeu a si mesma que isso não ficaria assim. Teria troco.
~ Ѽ ~
- Já está tudo pronto! – Vicky gritou quando abriu a porta da mansão para Mellanie, com as mãos cheias de sacolas coloridas com marcas famosas na estampa.
- Ótimo! Hoje à tarde fiz umas compras, olha! – Levantou uma das mãos com as sacolas, um sorriso se iluminou no rosto da outra.
- E você veio antes pra me pedir opinião pra escolher? – Os olhos dela brilhavam como se estivesse ganhando o melhor presente de natal.
- É. Eu sei que você adora essas coisas e você tem melhor gosto para a moda do que eu então...
- Ai Melzinha, eu te amo! – Pulou no pescoço da amiga para dar-lhe um abraço animado, depois se separou e começou a dar pulinhos de excitação. – Vamos subir para ver o que você comprou! Ai Mel, você precisa ver como a decoração está bonita, fiquei a tarde toda dando ordens de onde deveriam ficar as coisas, estou cansadíssima, amiga! Aqueles empregados parecem que não tinham nenhum senso de direção, eu falava esquerda, direita e eles se moviam para os lugares todos errados, já estava me dando nos nervos e... – Foi contando a loira sem, nem mesmo, parar para respirar enquanto subiam as escadas de mármore com detalhes dourado-ouro.
Depois de duas horas de intermináveis discussões de qual cor de biquíni era melhor: vermelho-sangue ou amarelo-ocre e várias gargalhadas originadas pelas fofocas mais atuais do colégio, elas sentaram-se sobre a cama de casal que havia no quarto de Vitória e ficaram olhando para o teto, cheio de estrelinhas trabalhadas e pintadas em ouro que contrastavam a tinta branca porcelana da parede.
- Você acha que o Rafa vai vir? – Mel perguntou baixinho, refletindo sobre a sua atual situação.
- Acho bem provável, falei ao Kadu para chamar o time de basquete, sabe como é, homens altos, fortes e definidos nunca são demais! – Sorriu a loira, mas ao encarar a expressão preocupada da amiga, desmanchou o sorriso. – Qual é a de vocês? Achei que já tinham passado dessa fase desde que ele começou a namorar a cobrinha.
- Não, não é isso... A gente já superou isso. É que, bem, a gente andou conversando...
- Quando?
- Na festa do seu pai naquela chácara, sei lá. Semana passada...
- Conversaram sobre o que? – Espantou-se.
- Ah, ele disse que me ama. De novo, sabe? Fazia muito tempo que a gente não conversava daquele jeito, meio amoroso, sei lá.
- Mas aí ele apareceu no outro dia com a Jacky, no colégio...
- Foi... – Confirmou a outra, com a voz pesarosa.
- Ah Mel, você sabe o que eu acho disso. Eu gosto bastante do Rafa, sempre foi legal comigo, talvez por causa do Kadu, mas não importa. O fato é que ele não é bom o bastante para você. Pensa que ele já beijou a víbora, está envenenado. Você merece alguém que te valorize.
- Eu sei. – Disse séria, mas verdadeira. – A campainha tocou.
- Nossa! Já são mais de 10 horas! Vamos descer que os convidados chegaram! – Puxou a amiga até o corredor e depois escada a baixo.
Vicky abriu a porta toda sorridente, já vestindo seu traje de banho de cor laranja vivo com algumas pedrinhas brilhantes e deu de cara com todo o time de basquete do colégio, trazendo umas garrafas de vodca e uns CD’s de hip hop.
- Olá! – Sorriu amarelo quando viu que os amigos do seu namorado estavam planejando transformar sua Festa do Biquíni em um baile de periferia. – Entrem!
- Oi amorzão! – Gritou Kadu, um dos mais altos do grupo, atropelando dois dos jogadores que estavam entupindo a porta, que já era enorme, para poder beija-la. – Onde estão seus pais?
- Viajaram para Bali, voltam no fim de semana, por quê? – Estranhou ela, a festa não era clandestina, já tinha pedido permissão aos seus pais e, como eles nunca lhe negavam nada, haviam deixado.
- Hora da festa galera! – Gritou Kadu, deslocando a massa de homens para o jardim, onde começaram a tocar um dos CD’s que eles mesmo haviam trazido. Vicky arregalou os olhos de espanto, isso não estava nos planos.
- Relaxa, amiga! – Mel disse sorrindo. A campainha tocou novamente. – Devem ser as garotas! – Vicky abriu a porta novamente e foi saudada com exaltação pelo grupo de garotas, todas com trajes de banho, dando pulinhos de animação e se dirigiram para o jardim. Vicky olhou pela porta de vidro que dava ao jardim, um dos amigos de Kadu estava usando um dos vasos chineses caríssimos de sua mãe como porta espeto de churrasco. Mel observou Rafa tirar a camisa, deixando mostrar seu peito definido, e pular elegantemente na piscina. – Vou lá fora, já volto!
- Tudo bem. Eu vou checar com os garçons na cozinha, acho que não estavam planejando um churrasco. – Disse irritada com a mudança de rumo que a festa estava levando. Caminhou em direção à porta lateral que levava a cozinha, ouviu o soar da campainha de novo, correu novamente até o Hall de entrada. – Quem pode ser? Está atrasado! – Disse para si mesma antes de abrir a porta e dar de cara com Alex.
Cabelos pretos ensopados, a moto vermelha estacionada logo atrás dele, no jardim da frente e um sorriso de derreter gelo.
- Posso entrar? – Disse divertido, observando a cara de surpresa da garota. – Ou vai ficar só aí me encarando?
- Você não veio com o traje da festa! – Ela disse na tentativa de disfarçar a cara abobalhada. Vislumbrou a jaqueta preta, as calças azul-marinho de nylon com pelo menos 8 bolsos e os tênis que ele estava vestindo.
- Não planejo nadar. – Disse sorrindo e entrando no Hall. Deu uma olhada ao redor. – Casa adorável.
- Decoração de mamãe. – Disse ela séria, ainda surpresa e ainda segurando a maçaneta da porta que ainda estava aberta.
- Está esperando mais alguém? – Perguntou ele, segurando o riso. Ela fechou a porta, contrariada com a pessoa que sempre percebia as suas situações de embaraço.
- Os outros estão lá de fora. – Tentou mudar de assunto.
- O seu namorado está lá de fora? – Perguntou ele, singelo, chegando mais perto. Sentiu a respiração dela ficar mais densa.
- Está. E o resto do time de basquete também. – Disse firmemente, tentando não se deixar levar pela proximidade.
- Acho que vou preferir ficar aqui dentro. – Respondeu baixinho, ressaltando cada palavra. Afastou-se dela. – Mas, se quiser, pode ir lá fora ficar com os seus amigos, você é a anfitriã. Eu não me incomodo... – Disse olhando para outro cômodo que parecia ser a sala de televisão.
- Talvez eles não se incomodem se eu ficar aqui dentro um pouco... – Ele encarou-a surpreso, deu um sorriso torto. – Quero dizer, eu acho que estou ficando meio resfriada, sei lá, você sabe como é perigoso ficar lá de fora, à noite, no sereno, posso pegar uma coisa mais grave...
- Eu sei. – Sorriu. Andou até a sala onde ficavam a televisão e uns sofás bastante confortáveis, ela o seguiu.
Lá de fora, um dos garotos do time de basquete observava, através da porta de vidro, os dois conversarem no Hall.
- Ei, Kadu! Aquela não é a sua namorada entrando na sala de televisão com o novato? – Kadu esticou o pescoço e apertou os olhos para ter maior visibilidade. Não estava disposto a brigar com aquele cara, mas aquilo já era ultrapassar limites. Não seria o novo corno da instituição escolar, motivo de chacota dos outros jogadores do time, razão da fofoca quente dessa semana. Ainda mais perder a garota para um assassino. Abriu a porta de vidro e direcionou-se à sala onde os dois estavam, queria se assegurar do que estava rolando lá dentro.
Mel parou de observar Rafa conversando com uma novata, aparentemente chamada Tânia, quando viu uma aglomeração de garotos observando através da porta de vidro. Parecia que estavam seguindo o último jogo de futebol da temporada, nem piscavam os olhos. Resolveu ir lá para ver o que estava acontecendo.
- O que estão vendo? – Perguntou ao garoto alto que se encontrava ao seu lado, tentou romper a barreira de pessoas que se punha a bisbilhotar através da porta para poder se certificar de que não era um desastre, Vicky iria pirar.
- Kadu acabou de ver a Vicky entrando com o cara da Shadow vermelha naquela sala ali, fecharam a porta. Agora ele foi lá, vai dar briga! – Respondeu ele se divertindo ao máximo com a situação.
- Aposto 50 que o Kadu esfrega a cara dele no concreto! – Gritou um dos garotos, levantando o copo cheio de vodca.
- O outro também é musculoso, cara! Aposto 100 que ele acaba com o Kadu!
- 200 que os dois apanham da Vicky por aprontar escândalo na festa! – Berrou outro garoto lá no fundo. Ouviram-se muitas gargalhadas e alguns outros gritos.
Mel achou melhor ir lá ver de perto se poderia amenizar a situação. Sabia que a melhor amiga iria pirar se os dois saíssem na porrada e acabassem com a festa. Abriu a porta de vidro silenciosamente e correu pelo corredor até entrar na sala e ouvir um grito.
- Como assim não é isso? Você diz que não quer transar comigo, que não acha que é a hora e todo aquele monte de porcaria, mas na primeira oportunidade se tranca na sala com esse pedaço de merda? – Alex se levantou frente à provocação.
- Acho melhor você parar com isso se não quiser se machucar. – Ameaçou.
- O quê? Vai me matar também? – Kadu deu uma risada alta e áspera, Alex perdeu o controle e avançou. Mel entrou na frente.
- Pára já com isso. – Gritou firmemente. Os dois trocaram outro olhar raivoso, mas tomaram alguma distância.
- Só porque ela pediu. – Alex disse, retomando a calma. – E, também, não quero fazer a sua namorada te ver apanhar como um bebê.
- Cai dentro então! – Berrou o mais alto. Kadu ainda estava nervoso. A campainha tocou. Vicky agradeceu aos céus por ser “salva pelo gongo” pela segunda vez no dia.
- Me dêem licença. – Saiu da sala elegantemente para abrir a porta, não queria que seus convidados fossem recebidos por algum empregado qualquer.
- Kadu, o Rafa estava procurando você, parecia ser sério. – Mellanie disse, olhando para ele, tentando colocar um ponto final na briga antes que os dois realmente se machucassem e estragassem tudo. Ele deu uma olhada fixa e raivosa para um Alex calmamente sentado no sofá e saiu da sala.
- Obrigado. – Alex falou sem nenhum pingo de ironia.
- O quê? Pelo quê? – Perguntou ela confusa.
- Por não me deixar quebrar a cara dele. Me traria mais complicações do que já tenho.
- Como está a Camilla?
- Estou planejando visitá-la amanhã. Se ela se lembrar do que aconteceu, vai poder dizer a todos que eu não tive culpa.
- Vou torcer para que ela se lembre! – Sorriu a garota. – Bem, vou procurar a Vicky, se importa de ficar aqui sozinho?
- Não, de maneira alguma. Deve ter algo bom passando na TV. – Respondeu amigavelmente.
- Tudo bem... Então até mais! – Ela disse antes de sair da sala. Deparou-se com Vicky no corredor. Ela estava segurando um embrulho de tamanho médio. – O que é isso?
- Não sei... Uma das empregadas abriu a porta e disse que deixaram isso aqui para mim. – Rasgou o papel, cuidadosamente arrumado. Era uma caixa de bombons alemães.
- Parece ser chique. – Mel deu de ombros.
- São pra mim, são chiques. – Respondeu a outra, enquanto procurava uma maneira de abrir a caixa. Estava curiosa.
- Tem idéia de quem mandou?
- Não sei... Pode ter sido meus pais para tentar me agradar, algum parente maluco que confundiu minha data de aniversário, o Kadu que quando começamos a namorar me mandava presentes nas minhas festas para todos verem o quanto ele era romântico, ou seja, tem várias opções. – Finalmente conseguiu abrir a caixa. Os bombons estavam arrumados na caixa sobre um papel laranja e embrulhados em embalagens igualmente alaranjadas. Os formatos eram variados e uma cobertura laranjada fazia alguns desenhos em cima do chocolate marrom escuro.
- São lindos! – Mellanie disse sorrindo, contemplando os bombons pequeninos contidos dentro da caixa. – Qual o recheio?
- Não sei... Você sabe ler alemão? – Perguntou a loira, encabulada com esse presente misterioso, sem cartão, nem nada.
- Realmente não. – Respondeu a amiga, desapontada. – Acho que você vai ter que comer para descobrir. Vicky pegou um dos bombons, pequenos demais, de maneira que não havia como dar uma mordida. Colocou-o inteiro na boca e mastigou. Mel ficou observando a expressão facial dela. – E então?
- Não sei... Tem um gosto diferente, meio exótico. – Colocou outro bombom na boca a fim de descobrir de que era feito aquele recheio delicioso. Não fazia idéia. – Talvez seja alguma fruta nativa de lá... Prove. – Estendeu as mãos e a caixa para a amiga que pegou um bombom e mastigou. Enquanto esperava a opinião dela, comeu outro, eram muito bons!
- Ah, eu sei o que é isso! – Mel disse sorrindo depois de provar o doce. – Isso é damasco!
Os olhos da loira arregalaram-se como ela nunca viu antes, ela jogou a caixa no chão e saiu correndo em direção à cozinha. A outra a seguiu, não sabia o que causara essa reação tão repentina.
- Vicky! O que aconteceu? – Perguntou enquanto corria atrás dela, que chegara na cozinha e estava mirando o rosto na parede espelhada.
- Damasco! Sou a alérgica à damasco! – Respondeu chorando, colocando a língua para fora e observando.
- De 1 a 10, quão alérgica?
- 11! Tenho que ir pro hospital. Chama a ambulância, rápido! – Mel pegou o interfone que ficava na parede da cozinha e discou o número da portaria da mansão.
- Alô! Preciso que você chame uma ambulância para a Vitória, rápido, é urgente! – Quando virou para trás e ficou frente à amiga novamente, pulou de susto. O rosto de Vitória tinha inchado como Mel nunca achou que fosse possível, suas orelhas estavam do tamanho de uma bola de tênis, os olhos estavam espremidos entre as duas bochechas que agora estavam enormes e o queixo poderia ser facilmente confundido com um joelho que nasceu no lugar errado. As lágrimas escorriam pela face da amiga que, a cada segundo que passava, estava ficando mais vermelha, como se ela fosse um tomate. Vicky colocou a língua para fora, Mel achou que fosse um salame.
- Se eu não estiver no hospital na próxima meia hora, a coisa vai ficar feia! – Mel se perguntou como poderia ser mais feio que aquilo. - Estou vultuosa! Tentaram me envenenar! – Choramingou a outra, escondendo o rosto com as mãos. Mellanie notou que ela já tinha fechado as janelas que davam para o jardim enquanto ela estava falando com a portaria da mansão, certamente não queria que nenhum dos convidados a visse daquela maneira.
- Se acalma, amiga... A ambulância deve estar chegando, você sabe como hospitais particulares são rápidos, ainda mais que é a sua família que sempre faz doações de seis dígitos para eles. Estão chegando, não chora, assim vai ficar mais difícil de respirar! – Tentou acalma-la, mas sem sucesso. Ela já estava soluçando tão alto que logo alguém iria lá ver o que estava acontecendo. Mel sentiu o estômago revirar, a tontura veio logo depois. Segurou no balcão da cozinha e fechou os olhos, passou. A melhor amiga estava tão cega pelas lágrimas que nem percebeu o seu mal-estar. – Tem idéia de quem pode ter sido?
- O grupo de pessoas que sabe da minha alergia é pequeno. Meus pais e o Kadu que tive que explicar porque recusei umas bolachinhas com geléia de damasco quando viajamos para Quebec, mas não acho que ele faria isso comigo! – Chorou ainda mais alto ao pensar na possibilidade de o namorado ter pretendido matá-la. – Eu não pude reconhecer o gosto, Mel! Comi três bombons porque não sabia como era gosto de damasco, a última vez que comi foi na infância quando descobriram a minha alergia! – Ela colocou o rosto entre as mãos que estavam apoiadas na mesa, desesperada.
- Tudo bem, agora não tem mais jeito. Você já comeu. Tem certeza que não tem mais ninguém?
- Não! – Berrou esganiçado entre soluços. Vicky pensou por mais alguns instantes. – A Jacky, a Jacky sabia!
- O quê? Como a Jacky pode saber disso? – Mellanie ficou espantada e um pouco incomodada, era a melhor amiga e não fazia idéia da alergia da outra. Como Jacky poderia saber?
- Ela costumava ser minha melhor amiga quando éramos pequenas. Um dia tive que recusar uma sobremesa na casa dela e ela descobriu. – Vicky observou a expressão de ciúmes na face de Mel. – Ah, isso foi bem antes de eu conhecer você e antes de a Mandy aparecer em nossas vidas. Não te contei porque nem lembrei disso, Melzinha, sério.
- Tudo bem... – Ela suspirou, pelo menos a amiga tinha parado de chorar em alto volume. Ouviu-se o som da campainha.
- É a ambulância. Carmem, cancele tudo, diga aos meus convidados que eu passei mal e que não pude ficar aqui! Diga também que depois eu faço outra festa e que é para todos irem embora! – Vicky gritou para uma das empregadas enquanto pegava o seu casaco perto da porta e se vestia. Mel a acompanhou, iria junto com a amiga até o hospital.
Alex apareceu no corredor, ao mesmo tempo confuso e espantado com a face de Vitória, que agora parecia mais um biscoito tamanho jumbo. Nem perguntou o que aconteceu, visto que as duas estavam com pressa, vestiu a jaqueta e as seguiu até o jardim. Os outros convidados estavam tão entretidos no jardim dos fundos com todo o churrasco não planejado e a música extremamente alta que nem se deram conta do que estava acontecendo.
Os três correram em direção à ambulância onde já haviam alguns paramédicos preparados para receber a garota, visivelmente vultuosa. Vicky subiu na ambulância, entre lágrimas e vergonha, não queria que Alex a visse daquela maneira. Mel estava explicando toda a história para um dos paramédicos, enquanto os outros já estavam ajeitando Vicky em uma maca e dando-lhe um medicamento.
- Sim sim, ela é totalmente alérgica a damasco e comeu uns três bombons, pelo menos foi o que ela me... – E foram suas últimas palavras antes de cair, depositando seus cabelos muito negros no chão frio da rua.
~ Ѽ ~
Ameeeeei *-* Esse eh o melhor livro de todos!
Luv it!
Amei, muito legal esse capitulo. Mais tadinha da Vicky, fiquei com pena dela. Mais eu adorei
Muito bom! ;)
Ameii quero mais quero mais..
perfeitO .. postaa O capitulo 7 logO estamos ansiosas.
amei esse capitulo 6 e tudo de bom!!
nau vejo hora de ler capitulo 7!
bjus!
obs: vc esta de parabens
Ameei o 6º cap. muito bom mesmo!
Ansiosa pelo 7º
Ameei o 6º cap. muito bom mesmo!
Ansiosa pelo 7º [2]
Ameei o 6º cap. muito bom mesmo!
Ansiosa pelo 7º [3]
to perdendo a vontade de ler.
putz demora demais pra postar.
uma amiga me recomendou esse livro!
eu gostei!
espero q vc realmente poste os capitulos seguintes com mais frequencia!
bjos
Nháá tô adorando essa história, e torcendo pra Mel e o Rafa ficarem juntos *-* hehe....muito bom, continua por favor!! >.<
AFF!! Assim num dá ...nunk + vc vai postar os capitulos????
Nossa, muito boa a história...
Parabéns! PLIXXX, continua postando viu?!
Beijão.